As três primeiras corridas do Mundial de Fórmula 1 foram agradáveis de seguir, especialmente a última, na China, onde se assistiu a um autêntico duelo de estratégias, que resultou, em pista, a uma mão cheia de ultrapassagens, e isto só entre os homens da frente.
Com a Red Bull a dominar as qualificações, é interessante perceber que em corrida os monolugares de Lewis Hamilton e Jenson Button estão perfeitamente equalizados aos de Sebastian Vettel e Mark Webber, o que vai permitir corridas absolutamente incertas daqui até ao final do ano, mesmo com Vettel a sair na frente da maioria dos Grandes Prémios.
Mas afinal como é possível tão grande diferença em qualificação e equilíbrio em corrida? As respostas encontram-se no KERS e na asa traseira ajustável dos dois monolugares. O KERS da McLaren, construído pela Mercedes, é quase perfeito, enquanto o mesmo sistema dos Red Bull tem dado grandes dores de cabeça, ao ponto de Vettel e Webber só terem disponível 30 cavalos adicionais, ao passo que os carros prateados ganham 80 cavalos ao utilizar o sistema.
O que os diferencia é a forma como as asas traseiras ajustáveis das duas equipas foram construídas. Ao passo que a Red Bull tem um sistema, que, ao ser utilizado na qualificação lhes dá uma boa vantagem, o da McLaren potencia a velocidade, e tendo em conta que ao contrário do que se passa na qualificação, quando o sistema DRS pode ser utilizado em qualquer ponto do circuito, na corrida, existindo um local único, os McLaren aproveitam-no bem melhor, tendo uma velocidade de ponta algo acima dos Red Bull. E isso ajuda muito, traduzindo-se em décimos preciosos, que multiplicados pelo número de voltas de cada Grande Prémio, re-equilibram muito a vantagem que os Red Bull têm em curvas rápidas e de apoio.
Como é lógico, o facto de Hamilton ter passado Vettel com tanta facilidade na China deveu-se a terem pneus com graus de desgaste bem diferente, num contexto favorável ao inglês, numa corrida que a tática foi primordial.
A este filme a dois, que se antevê dinâmico ao longo da época, resta saber se a Ferrari consegue juntar-se, depois da revolução que vai ter de levar a cabo nos próximos tempos. Capacidade para o fazer a equipa tem, mas a verdade é que a Red Bull e a McLaren também não vão ficar a olhar para o ar. Por tudo isto é de esperar corridas muito interessantes, especialmente neste primeiro ano em que as equipas ainda não sabem como funcionam os Pirelli nas diversas pistas. Enquanto isso acontecer vai haver muitas mais paragens do que seria de esperar, com tudo o que isso significa em termos de alterações de posição nas corridas.
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