A Temporada de Fórmula 1 de 1981 foi a 32ª realizada pela FIA. Teve como campeão o brasileiro Nelson Piquet, da equipe Brabham.
Enquanto as equipes Ferrari e McLaren amargavam mais uma temporada apática, a Williams dominava o campeonato. Porém, foi a Brabham de Nelson Piquet quem ficou com o título de pilotos na temporada 1981 de Fórmula 1.
O brasileiro chegou à última corrida na segunda posição. Enquanto o argentino Carlos Reutemann, da Williams, estava um ponto a sua frente. O francês Jacques Laffite, da Ligier, ainda corrida por fora, seis pontos atrás do argentino.
Tudo parecia se encaminhar para um título de Reutemann quando ele fez a pole position no GP de Las Vegas. Mas a corrida dele não saiu conforme o esperado. Em sexto lugar, há seis voltas do fim da corrida, ele teve problemas com a quarta marcha e foi ultrapassado por Watson e Laffite, caindo para a oitava posição.
Enquanto Nelson Piquet se manteve firme no 5º lugar que lhe garantiu o primeiro título de sua carreira e o terceiro triunfo de um piloto brasileiro.
O campeonato de 1981 começava com algumas regras alteradas, como por exemplo, as “saias” foram proibidas e foi instituída uma altura mínima de 6 cm em relação ao solo que os carros deveriam ter quando fossem inspeccionados. Os carros equipados com o motor Ford Cosworth, com menor potência que os motores turbo, eram penalizados. Mas com o decorrer do campeonato ficou comprovado que a criatividade dos designers conseguiam contornar esta regulamentação levantando alguma polémica.
No primeiro GP do ano, em Long Beach (EUA), começou com a polémica à volta do Lotus 88. Colin Chapman tentou voltar ao top da Formula 1 e para isso começou a desenvolver um novo projeto revolucionário, à semelhança do que tinha feito com o Lotus 78. O novo Lotus 88 tinha um chassis duplo, ainda apareceu nos treinos em Long Beach mas foi impedido de participar na corrida devido à pressão dos outros construtores. A história voltava a repetir-se... Em 1978 tinha sido o Brabham BT48B a ser banido das pistas. Mas a história do Lotus 88 continuaria por mais alguns GP’s. No entanto Gordon Murray, designer da Brabham, inventou um sistema hidráulico que mantinha o carro a 6 cm do solo quando este estava parado e que em andamento colava ao solo com a carga aerodinâmica.
A Williams venceu o GP com uma “dobradinha”, Alan Jones (australiano) foi o primeiro e Carlos Reutemann (argentino) foi o segundo. O piloto brasileiro, Nelson Piquet, da Brabham ficou no terceiro lugar do pódio.
No GP do Brasil, sob uma chuva torrencial, a Williams repetiu a “dobradinha” alcançada nos EUA mas com os seus pilotos a inverterem os lugares. Carlos Reutemann comandou a prova toda e ignorou as ordens da equipe para deixar Alan Jones vencer. Reutemann explicava no final da prova: “eu liderei a prova toda e ele nunca esteve em posição de me ultrapassar. Sei quais são os termos do meu contrato mas sempre comecei todas as corridas para vencer. Se o deixasse passar à 57ª volta, parava no meio da pista e ia para casa. Se levantasse o pé nessa altura era o meu fim. Deixava de ser piloto de competição”. Riccardo Patrese (italiano) conseguia um magnífico terceiro lugar com o Arrows. O Lotus 88 foi considerado, inicialmente, legal pelos Comissários Técnicos mas a FISA pressionou e o relatório foi alterado sendo também alterada a decisão da legalidade do Lotus 88 que era agora considerado ilegal novamente...
No GP da Argentina, Nelson Piquet faz a pole-position, lidera as voltas todas e vence a corrida efetuando também a melhor volta. Carlos Reutemann (Williams) fica em segundo lugar e Alain Prost (francês) é terceiro com o Renault. Foi o seu primeiro pódio na Formula 1 depois de na época anterior ter corrido pela McLaren. A McLaren estreava o chassis de fibra de carbono. O calvário do Lotus 88 continuava. Desta vez nem passou nas verificações técnicas...
No GP de San Marino, Piquet volta a ganhar. Patrese (Arrows) fica em segundo lugar e Reutemann (Williams) é terceiro.
No GP da Bélgica (Zolder) a tragédia voltou à Formula 1. Nos treinos de sexta-feira, um mecânico da Osella foi atingido mortalmente pelo Williams de Reutemann. Um acidente em que o piloto argentino não teve culpa. Na partida, alguns pilotos saíram dos respectivos carros em sinal de protesto. A associação dos pilotos pretendia a redução para 26 carros na qualificação mas como este pedido não foi aceite os pilotos resolveram protestar na altura mais mediática, que é a largada do GP, perante as televisões. Com toda esta confusão, o motor do Arrows de Patrese foi-se abaixo e um dos mecânicos saltou para a pista e agachado atrás do Arrows tentou por o motor a funcionar... enquanto a largada era dada!!!! Alguns carros conseguiram desviar-se de Patrese mas ouve um piloto, que tapado por outros carros, não conseguiu ver o Arrows de Patrese e a desviar-se bateu na sua traseira esmagando o mecânico da Arrows contra o carro de Patrese. Felizmente, o mecânico saiu deste horrível acidente apenas com as pernas partidas... A corrida foi interrompida só à terceira volta. Após a corrida seguiu-se uma série de acusações aos pilotos pela atitude tida de pararem os motores na grelha de partida tudo por causa da pressão da TV. Mário Andretti acusou os patrões das equipes de não estarem do lado dos pilotos e de os querer dividir para lhes poder pagar valores mais baixos.
Na corrida, a vitória foi para Reutemann (Williams). Jacques Laffite (francês) ficou em segundo com o Ligier e Nigel Mansell (inglês), com o Lotus 81B, conseguia os primeiros pontos e pódio da Formula 1, com a terceira posição.
No GP do Mónaco, Gilles Villeneuve vencia a corrida, era primeira vitória de um Ferrari turbo. Alan Jones (Williams) e Laffite (Ligier) ficaram no segundo e terceiro lugar. Reutemann ao não terminar a prova quebrou uma longa série de 15 pontuações consecutivas. Desde o GP da Bélgica do ano anterior que vinha sempre a pontuar. Este recorde manteve-se até 2003, sendo batido por uma série de 24 pontuações consecutivas de Michael Schumacher.
No GP de Espanha assistiu-se a um final de corrida dos mais disputados da história da Formula 1. Gilles Villeneuve (Ferrari) fez uma exibição memorável, liderando 67 das 80 voltas e conseguiu segurar atrás de si 5 pilotos. Jacques Laffite (Ligier), John Watson (McLaren), Reutemann (Williams) e De Angelis (Lotus) (segundo, terceiro, quarto e quinto classificados) terminaram separados por apenas 1,23 segundos!!
Após 7 provas, Reutemann estava em primeiro com 37 pontos, seguido de Jones com 24 pontos e Piquet com 22 pontos. Nos construtores, a Williams era líder destacada com 61 pontos, seguida da Ferrari com 26 pontos.
No GP da França, numa corrida com muita chuva e duas partidas, Alain Prost (Renault) consegue a sua primeira vitória na Formula 1 e logo em casa. John Watson (McLaren) ficou em segundo lugar e Piquet (Brabham) foi o terceiro.
No GP da Grã-Bretanha, o irlandês da McLaren, John Watson, tornou-se no primeiro piloto, e a McLaren a primeira equipe, a vencer uma prova com um carro de chassis totalmente em fibra de carbono. Foi a primeira vitória de Ron Dennis como dono da McLaren. E a McLaren voltava a vencer um GP, a última vitória tinha sido no GP do Japão em 1977. O argentino Carlos Reutemann (Williams) e o francês Jacques Laffite (Ligier) ficaram na segunda e terceira posição. A seis provas do fim do campeonato, Reutemann liderava com 17 pontos de vantagem sobre Piquet.
Na Alemanha, Nelson Piquet (Brabham) consegue recuperar ao vencer o GP e beneficiou do abandono de Reutemann (Williams). Prost (Renault) e Laffite (Ligier) completaram o pódio, por esta ordem.
No GP da Áustria, os dois lugares mais altos do pódio são ocupados por franceses, Jacques Laffite (Ligier) é o primeiro, René Arnoux é o segundo e Nelson Piquet (Brabham) ocupa o terceiro lugar do pódio. Reutemann (Williams) é apenas quinto.
No GP da Holanda, Alain Prost vence a sua segunda corrida da carreira na Formula 1, Nelson Piquet fica em segundo lugar e Alan Jones (Williams) é terceiro classificado. Piquet ao beneficiar do abandono de Reutemann alcança o argentino da Williams na liderança do campeonato. Faltavam 3 corridas.
No GP de Itália, Piquet (Brabham) apenas consegue terminar no sexto lugar. Prost (Renault) vence novamente, seguido dos pilotos da Williams, com Jones em segundo e Reutemann em terceiro lugar. Reutemann ficava com mais três pontos que Piquet no campeonato. Mas se aqui a Williams tem utilizado o jogo de equipe com Jones a ceder o lugar a Reutemann, talvez o desfecho do campeonato fosse diferente. Optou-se por não o fazer e isso foi fatal para as aspirações de Reutemann ao título.
No GP do Canada, Jacques Laffite (Ligier) vence pela segunda vez nesse ano e mantêm aspirações ao título, Watson (McLaren) fica em segundo lugar e o canadiano Gilles Villeneuve (Ferrari) é terceiro. Piquet (Brabham) é quinto, soma dois pontos e fica a um ponto de Reutemann, que não pontuou. A Williams sagra-se campeã nos construtores pela segunda vez consecutiva.
Na última corrida do ano, em Las Vegas, num ridículo circuito no estacionamento de um casino, três pilotos ainda podiam ser campeões: Reutemann (49 pontos), Piquet (48 pontos) e Laffite (43 pontos). Carlos Reutemann fez a pole-position mas foi-lhe atribuído outro chassis. Com um carro que não tinha guiado e com uma escolha de pneus errada, Reutemann debateu-se durante a corrida com um carro inseguro, com muitas vibrações. Terminou fora dos pontos. Nelson Piquet termina em quinto lugar, soma dois pontos e sagra-se campeão pela primeira vez. Alan Jones (Williams) venceu a corrida, era a sua última vitória e abandona a Formula 1 mas voltaria uns anos mais tarde. Alain Prost (Renault) ficou em segundo lugar e Bruno Giacomeli (Alfa-Romeo) ficou em terceiro lugar, primeiro e único pódio do piloto italiano e primeiro pódio da Alfa-Romeo depois do último conseguido em 1951, 30 anos depois.
No campeonato de pilotos, Nelson Piquet ficou em primeiro com 50 pontos (3 vitórias), Reutemann foi o segundo com 49 pontos (2 vitórias) e Jones foi o terceiro com 46 pontos (2 vitórias). Nos construtores, a Williams venceu com 95 pontos (4 vitórias) e a Brabham ficou em segundo lugar com 61 pontos (3 vitórias). Faltou à Brabham um segundo piloto que conquistasse mais pontos para a equipe.
Sistema de pontuação – F1 1981
- 1º lugar – 9 pontos
- 2º lugar – 6 pontos
- 3º lugar – 4 pontos
- 4º lugar – 3 pontos
- 5º lugar – 2 pontos
- 6° lugar – 1 ponto
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