Os maus desempenhos de Webber, Button e Massa em Melbourne colocaram os três veteranos pilotos sob pressão, pois foram bem mais lentos que os seus companheiros de equipe, mas em Sepang, todos eles reagiram de forma positiva, apesar dos resultados terem sido díspares.
Um dia não são dias, uma andorinha não faz a primavera, o primeiro milho é para os pardais. Três adágios populares que incitam para que não se tomem decisões precipitadas mas que não invalidam que três pilotos com muitas vitórias em Grande Prémios, incluindo um Campeão do Mundo, tivessem ficado sob pressão e necessitados de mostrar serviço no GP da Malásia para não serem rapidamente relegados para segundo plano no seio das suas equipes.
O caso mais evidente foi o de Mark Webber, que passou todo o fim de semana de Melbourne na sombra de Sebastian Vettel e longe da luta pela vitória. Contudo, segundo fontes da Red Bull, Webber queixou-se na altura de falta de aderência, tanto da frente como da traseira do RB7, mas a equipe não encontrou nada partido depois da corrida, mesmo se no final da qualificação tinham sido detetadas fissuras na asa anterior, que foi substituída. E a verdade é que em Sepang, com um carro reconstruído a partir do zero, Webber mostrou outro rendimento, adiando por mais algum tempo a passagem a segundo piloto da Red Bull.
Em Sepang, um problema no KERS relegou-o para a décima posição após a partida (perdeu sete posições), e ao terminar em quarto, pressionando Nick Heidfeld, terceiro na corrida, tem de se considerar um bom resultado e uma boa prestação. Passou a corrida ao ataque e minimizou os danos, ainda que a vitória de Vettel não tenha ajudado a que se tenha afastado mais do colega de equipe. Um caso a seguir nas próximas corridas, pois tem carro para ganhar e nem ao pódio ainda chegou em duas corridas.
Luta pela sobrevivência
Se para Webber o fim de carreira pode estar marcado para o final do ano, Jenson Button e Felipe Massa pretendem correr nos Grandes Prémios mais alguns anos e ambos têm contrato com as suas equipes atuais por mais uma temporada. Com Robert Kubica de fora a principal ameaça aos seus lugares está afastada, mas se não melhorarem rapidamente os seus desempenhos tanto a McLaren como a Ferrari podem ser tentadas a substitui-los por pilotos mais jovens, mais baratos e com maior margem de progressão, seguras que com Hamilton e Alonso, respetivamente, têm lideres de grande valor ao ser serviço.
Em Melbourne, o inglês foi entre 0,4s e 0,5s por volta mais lento que Hamilton nas sessões de treinos e qualificação, e comprometeu a sua corrida ao não ser capaz de superar Massa pela pista nas primeiras voltas. Já em Sepang, Button fez sobressair uma das suas melhores características, ao gerir muito bem a degradação dos pneus e isso permitiu-lhe suplantar Hamilton, chegando mesmo a aproximar-se de Vettel nas últimas voltas. Desta forma, atenua a diferença de andamento que tem para Hamilton, e num ano em que as equipas vão andar "às aranhas" com os pneus, tem boas possibilidades de fazer um bom campeonato, caso mande para trás das costas erros do tipo dos que cometeu em Melbourne.
Regressou o 'velho' Felipe Massa?
Por fim, Felipe Massa. Mais lento cerca de 0,3s por volta que Alonso nas duas primeiras sessões de qualificação na Austrália, estragou o seu último jogo de pneus com um pião à saída das boxes no Q3. Na corrida, novo arranque canhão ainda o colocou na luta pelo pódio, mas uma sucessão de pequenos erros e um desgaste excessivo dos pneus atirou-o para o nono lugar final, que virou sétimo posto com a desclassificação dos Sauber.
Em Sepang, voltou a não estar bem na qualificação, mas na corrida esteve sempre na luta com Button e Alonso até ao erro da sua equipe nas boxes, onde perdeu preciosos segundos, que não mais recuperou, mantendo no entanto o mesmo andamento, pelo que desta feita foi a má fortuna que não lhe permitiu um resultado ao nível do que todos sabemos ser capaz de fazer. Resta ver como se vai portar no GP da China, pois, se de uma vez por todas se colocar ao nível dos pilotos da frente, as nuvens negras que têm vindo a pairar sobre si, dissipam-se.
A verdade é que o brasileiro foi muito contestado na segunda metade de 2010, pelo que continua a necessitar rapidamente de um resultado para sair da espiral negativa em que se encontra, pois apesar da Scuderia não ter à vista uma alternativa de créditos firmados, pode estar tentada em apostar num jovem como Hulkenberg ou Bianchi, dotados de talento seguro, baratos e com enorme margem de progressão.
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