O colombiano Juan Pablo Montoya selou suas chances de vitória logo no início da corrida, quando rodou no esse que dá acesso à reta dos boxes. Sorte dele que uma providencial e rara área de escape existe exatamente nesse local. Outro ponto crítico do circuito é a primeira sequência de curvas, todas de baixa velocidade. A principal vítima foi Rubens Barrichello, que danificou sua Ferrari ao tocar no Renault de Fernando Alonso. A corrida do Canadá encerrou a primeira metade das 16 provas do campeonato e deu novas cores à disputa pelo título da temporada: Michael Schumacher passou a liderar o certame e os carros da Williams-BMW mostraram desempenho consistente durante todo o fim de semana, a ponto dos dois pilotos da equipe ocuparem a primeira fila do grid e completarem o pódio junto com o piloto da Ferrari. Mais do que isso, a Bridgestone conseguiu derrotar mais uma vez a Michelin na guerra dos pneus. Do superior Schumacher há de se destacar a autoridade como ele controlou o ritmo da prova depois que assumiu a liderança. Como que a evitar revelar o verdadeiro potencial da Ferrari 2003-GA, o atual campeão só abriu vantagem quando quis e de maneira humilhante: nas duas últimas voltas acelerou e quase evitou que Ralf Schumacher, Juan Pablo Montoya e Fernando Alonso dividissem com ele a foto que registrou o movimento da bandeira quadriculada. No pódio, seu irmão Ralf não conseguiu evitar a expressão de quem aceitava uma situação clara: com Michael e sua Ferrari disputando a mesma prova, não dá para pensar em vitórias tão cedo…
A primeira seqüência de curvas após a largada, o cotovelo no extremo oposto aos boxes e o esse que dá acesso à reta de chegada mais uma vez protagonizaram momentos importantes do GP do Canadá. Este ano, porém, as consequências dos erros dos pilotos tiveram pouco impacto nos orçamentos cada vez mais combalidos da maioria das equipes. Dois pilotos brasileiros foram os mais penalizados nesses pontos críticos do circuito Gilles Villeneuve: Rubens Barrichello largou em 5º e tentou ganhar uma posição sobre Fernando Alonso quando tocou a traseira do Renault do piloto espanhol com o bico da sua Ferrari. Inicialmente, se pensou que apenas o bico tinha sido afetado no incidente, porém, voltas depois, a fixação do defletor aerodinâmico esquerdo não resistiu e soltou-se do carro, afetando o equilíbrio do monoposto italiano. Ainda na primeira volta, Antônio Pizzonia e Jarno Trulli não se entenderam ao percorrer o cotovelo onde se situavam os antigos boxes do circuito canadense. Pizzonia conseguiu chegar ao pit lane e, de bico trocado, retornou à disputa. Indiferente a todos esses detalhes, Ralf Schumacher imprimiu ritmo forte, tentando conseguir vantagem suficiente para preservar a liderança quando fizesse seu pit stop.
A Ferrari se incumbiu de estragar a festa e, uma vez em 1º lugar, Michael Schumacher jamais foi superado pelo irmão. Destaque para os pilotos Fernando Alonso, autor da melhor volta da prova, Justin Wilson e Jos Verstappen, que foi 9º e quase pontuou.
Quem sabe onde foi parar o espelho retrovisor direito do Williams FW24 de Juan Pablo Montoya? Será que o mecânico que instalou esse equipamento obrigatório foi o mesmo que apertou as porcas e parafusos que fixaram o espelho retrovisor esquerdo no carro de Ralf Schumacher? Curioso como de vez em quando as autoridades da FIA deixam passar faltas e infrações relativos à segurança como se tudo isso não tivesse potencial para provocar acidentes de conseqüências graves aos concorrentes. Na corrida de Montreal os espelhos acima citados chamaram bastante a atenção de quem acompanhou a prova. Levados por ventos que superavam os 300 km/h nas pequenas retas da pista canadense, eles sambavam como estandartes de uma escola de samba, roçando carroceria e capacete quando os pilotos viravam à direita e à esquerda.
Qualquer objeto, mesmo um retrovisor que pese menos de 1 kg, ganha poder quase letal se arremessado em alta velocidade. Pior ainda se ele tem extremidades pontiagudas, como os suportes que fixam o espelho na carenagem. Outra polêmica da prova canadense foi a possibilidade de Bernie Ecclestone ter comprado 46% das ações da Minardi. Tudo indica, porém, que se trata de mais uma manobra para evitar o final da equipe anglo-italiana.
Rubens Barrichello teve um fim de semana em Montreal pouco produtivo para um piloto vencedor na F1. Na prova de classificação ele travou rodas tão fortemente que a FIA autorizou a troca do pneu dianteiro esquerdo por motivos de segurança. Na largada, ele tentou melhorar sua posição (5º no grid) mas foi obrigado a parar no box logo na primeira volta para trocar o bico dianteiro. O 5º lugar na classificação final pode, eventualmente, ser considerado lucrativo frente a tantos problemas, porém, parece refletir as consequências da decisão da Ferrari em não renovar, ainda, seu contrato atual.
O fato da Scuderia ter anunciado apenas a extensão do acordo com Michael Schumacher, agora até o final de 2006, indica que as negociações com o brasileiro estão em andamento. Sob a ótica da sempre especulativa imprensa italiana, no entanto, Barrichello parece próximo do fim do seu período como piloto da equipe mais famosa da Fórmula 1. Outro brasileiro, Felipe Massa, é cotado como seu provável sucessor. Em outros tempos Rubinho se tornou famoso por sua instabilidade emocional. Esse período de negociações é uma ótima oportunidade para apagar de vez essa pecha. Cristiano da Matta, tinha tudo para marcar um ponto em Montreal, mas abandonou a seis voltas do final por quebra da suspensão. Durante a corrida o mineiro manteve um ritmo forte que comprovou sua evolução na F1. Por sua vez, Antônio Pizzonia segue sem muita sorte. Seu companheiro de equipe, o australiano Mark Webber, largou em 6º — sete posições à sua frente — e terminou em 7º. Embora tenha se classificado em 10º, Pizzonia viu o final da corrida do box, pois o seu Jaguar parou na reta de chegada quatro voltas antes da bandeirada final.
Esperava-se mais dos pneus Michelin após o domínio demonstrado nas ruas de Mônaco, duas semanas atrás. O que se viu, porém, foi uma situação, no mínimo, comprometedora e que pode ter origem no processo de fabricação dos modelos usados no Canadá. No circuito Gilles Villeneuve o Renault de Jarno Trulli e o McLaren de Kimi Raikkonen tiveram o mesmo problema: a banda de rodagem de um pneu traseiro soltou-se completamente da própria estrutura do pneu. A análise do problema certamente tomará dias dos engenheiros da Michelin, que seguramente vão refletir sobre fatos já conhecidos. Primeiro, tanto a Renault quanto a McLaren são equipes preferenciais da fábrica francesa e recebem atenção especial tanto no desenvolvimento quanto nas corridas. Segundo, os dois pneus que apresentaram problemas foram traseiros, o que indica uma possível falha estrutural, posto que são os que sofrem maior esforço devido à instalação no eixo de tração. Terceiro, é grande a possibilidade de que a falha tenha se originado em componentes fora de especificação básica para superar as exigências do piso de Montreal.
Outro ponto importante é que tanto a Renault quanto a McLaren aceitaram a proposta da Michelin para esta temporada, que consiste em desenvolver um sistema de suspensão e não apenas pneus para o carro. Uma situação que pode abreviar o tempo de investigação do problema. Mais um detalhe importante nessa situação é o fato de que enquanto a Michelin trabalha com três equipes de ponta — McLaren, Williams e Renault —, a Bridgestone aposta todos os seus yens na Ferrari, que é a única equipe a bater aquelas equipadas com pneus da marca francesa. São, portanto, duas filosofias diferentes de enfrentar o desafio proposto pelas corridas de F1. Na busca pela vitória, os engenheiros de pneus mesclam as especialidades da química e da mecânica para decifrar qual a solução mais adequada à rugosidade e porosidade do piso, às características de cada circuito (tipo de curvas, velocidade média, temperatura ambiente) e, finalmente, às exigências de cada chassi. Como as informações adquiridas mecânica e eletronicamente são comparadas com os dados fornecidos pelos pilotos, o erro humano está sempre presente.
O FIM DE SEMANA
Investimento em alta:
O piloto de Fórmula 1, Justin Wilson, negocia a sua vaga e o seu salário nas bolsas de valores. O competidor inglês tem sua carreira gerenciada pelo ex-piloto de F1, Jonathan Palmer, e disse em uma entrevista coletiva que pode até correr de graça para um time que seja melhor do que a Minardi, sua equipe atual. “O saiário do piloto tem de vir com ele mesmo e pode ser investido no mercado de ações, por exemplo”, disse Wilson e seu empresário, Palmer.
Turquia pode sediar GP:
Mais um país pronunciou-se oficialmente perante a FIA, com a intenção de sediar um grande prêmio de Fórmula 1. A Turquia, por meio da Federação Turca de Automóvel, quer abrigar uma etapa da F1 em 2005. O local escolhido foi a cidade de Kurtnov, próxima à capital Istambul.
“Duvido que o Schumacher fique na F1 até 2006″:
A Ferrari anunciou a renovação de contrato de Michael Schumacher e de todo o corpo dirigente da sua equipe de F1 até 2006. Com isso, Jean Todt, Ross Brawn, Paolo Martinelli e Rory Byrne poderão continuar o trabalho que já rendeu, desde 1996 quando foram contratados juntos pela Scuderia, quatro títulos de construtores (de 1999 a 2002) e três títulos de pilotos de 2000 a 2002). O único que não teve sua renovação feita foi Rubens Barrichello, que tem contrato até 2004. Segundo a diretoria da Ferrari, “nada está sendo especulado sobre uma eventual aposentadoria do piloto, como estava acontecendo com Schumacher e, por isso, não houve a pressa de acertar as coisas, neste caso, para a temporada de 2005″. Apesar disso, rumores indicam que a permanência do competidor brasileiro no time depende da atual temporada e que até uma possível quebra de contrato poderia ocorrer para a temporada 2004, obrigando Barrichello a sair do time.
Adiada a estréia do MP 4-18:
O diretor esportivo da Mercedes, Naubert Haug, afirmou que o novo modeio da McLaren, o MP 4-18, deverá fazer sua estréia somente no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone, dia 20 de julho. Previsto para estrear no GP da Europa, em Nürburgring, dia 29 de junho, o adiamento se deve à confiabilidade. O carro tem potencial para ser expiorado, mas precisamos trabalhar mais na sua confiabilidade para corrida”, disse Haug. Enquanto isso, o time continua com o modelo MP 4-17D.
Montoya e Gordon trocam de carro:
Juan Pablo Montoya e Jeff Gordon se encontraram na pista de Indianápolis para um teste diferente. O colombiano andou pela primeira vez em um carro da Nascar. O mesmo aconteceu com o norte-americano, que teve a oportunidade de pilotar um modelo de Fórmula 1 pela primeira vez na vida. Montoya deu seis voltas com o Chevrolet Nascar de Gordon. Já o americano percorreu o circuito misto de Indianapoiis por sete voltas. O colombiano ficou impressionado com a potência do carro de turismo, enquanto o que mais chamou a atenção oe Gordon quando estava pilotando o Willimas foi a “velocidade com que as curvas apareciam”.
fonte: http://f1gps.wordpress.com
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