Olá Pessoal do GP Expert!!!
Desculpe o sumiço, mas essas últimas semanas foram muito concorridas.
O assunto é motivado pela noticia que Kimi Raikkonen está voltando a F1 no lugar de Rubens Barrichello na claudicante Williams.
Isso necessariamente irá terminar com a carreira de um dos pilotos ( na minha opinião ) mais castigados pela mídia que vi nesses 25 anos de F1, acompanhando, claro. Não tenho esperanças que ele consiga lugar na Renault-Lotus, ou na Force India. Está chegando o fim Rubens Barrichello?
Primeiro Teste na Categoria, em 1992.
Quando Rubens estreou em 1993, chegou numa condição muito favorável para um estreante: O grande ídolo o ajudava, e estava numa equipe que se não era das principais, era uma que conseguia ser respeitada numa F1 de 26 carros. Era a Jordan Grand Prix, que estreou apavorando em 1991, mas que quase faliu em 1992, sendo auxiliada pela Yamaha para que isso não acontecesse. Fez uma temporada normal, com destaque para a grande prova de Donington, onde apareceu em quarto numa primeira volta que entrou para a história,sofreu horrores com o cambio sequencial, que inclusive muitas vezes ou estava com as mudanças praticamente impossiveis de serem feitas, ou até mesmo, em um caso, teve a manopla de câmbio saindo na mão de Thierry Boutsen. Os dois pontos em Suzuka, foram o sinal de que a temporada seguinte seria boa...
Barrichello e Boutsen na histórica Donington Park 1993
Rubens, no meu ver, é o grande responsável pela F1 ainda estar com representantes brasileiros, depois da morte do Ayrton. O ano não foi de todo ruim. Antes da morte de Ayrton, pontos em Interlagos, pódio em Aida. Acidente em Imola no fim de semana sangrento, e depois boas atuações, culminando em um pole em Spa Franconchamps. Com Isso, ele, que era o representante junto com Christian Fittipaldi tiveram a responsabilidade de manter a tradição de campeões brasileiros de tres décadas na categoria. A situação de cockpit era desfavorável. Se falou em interesse da Williams, da McLaren. Nada foi confirmado. E para piorar, no final do ano, baque: Christian foi-se para a Indy...E aí?
1994. Ano trágico, mas de afirmação para Rubens!
Aí que Rubens, em 1995 começa o ano com um Jordan-Peugeot, que havia iniciado na categoria pela McLaren, e que de mais notável teve um estouro de motor histórico no grid de Silverstone. Mas o chassis, tinha tudo para ser bom. Mas não foi. Um carro inconfiável. Conseguiu um pódio, em Montreal, com os dois carros ( O outro de Eddie Irvine) E mais alguns pontos... e no fim do ano, baque: Irvine foi-se para a poderosa e revitalizada Ferrari, ao lado de Michael Schumacher, numa vaga que era dada como certa para ele.
1995, ano difícil para Barrichello, com destaque para o pódio aí em Montreal.
Para piorar, 1996 foi um ano duro para Barrichello, com Martin Brundle como companheiro, e apenas alguns momentos de brilho, como a "pole" em Interlagos, perdendo apenas para a imbatível Williams de Damon Hill. A sua relação com Eddie Jordan estava tremendamente dsesgastada " Rubens tem responsabilidades de homem, é um piloto de ponta. Mas ainda o vejo como um menino. Eddie Jordan".
1996. Um carro que mudou de cor durante o ano, vários pontos e relação com o chefe desgastada.
As portas das principais equipes estavam fechadas em uma época em que a F1 estava sofrendo uma redução de grid catastrófica ( rapidamente, a Larrousse, Forti Corse, Pacific, Lotus, tinham sumido nas ultimas duas temporadas) e Barrichello ficou sem rumo. Até que Paul Stewart, amigo seu de alguns anos, o contatou, perguntando se ele queria guiar para ele e seu pai, o lendário Jackie Stewart, em 1997. Estava nascendo a Stewart Grand Prix, com apoio maciço da Ford.
1997. Um carro inconfiável, mas que marcou nessa Mônaco encharcada..
O SF 01 era um carro que tinha tudo que um carro estreante sempre tem.Muito pouca confiança mecânica. O carro acabou apenas quatro vezes durante a temporada, três com Barrichello e uma com Magnussen. Sendo que uma delas, registrada aí em cima. Monaco, Rubens dando show na chuva, e por uma das curiosidades do destino, quase repetiria a zebra do ano anterior, com a vitória de Olivier Panis. Michael Schumacher com quase um minuto de vantagem passa reto... na unica parte de Monte Carlo que tem área de escape, na Saint Devote. Conseguiu voltar e venceu, mas a segunda colocação de Barrichello lhe recolocou nas conversas das principais equipes da F1.
1998. Outro carro inconfiável da Stewart deixava Rubens impaciente e querendo mudar os ares...
E aí, 1998 que era para começar muito bem, começou muito mal. O SF 02 era segundo palavras próprias, uma maquina de moer. Muitos problemas de Câmbio, trocas de companheiros de equipe, e o começo de assédio da Ford Americana a Sir Jackie Stewart tiravam o foco do carro de Alan Jeckins. Quatro míseros pontos e uma certa desconfiança geral que a carreira de Barrichello entrava em um outono...
1999. A primeira Vitória da Stewart.. com Johnny Herbert!
Eis que 1999 o destino apronta uma daquelas que na F1 acontecem de tempos em tempos. A Stewart SF03 era um senhor carro! Barrichello começa o ano surpreendentemente colocando o carro em quinto em Melbourne, e teria vencido a prova SE... o carro não tivesse um principio de incendio na primeira largada. Alias, os dois carros, o do seu novo companheiro Johnny Herbert tambem pegou fogo e ficou de fora. Brasil o Show era dele até o motor Ford abrir o bico, e o pódio em Ímola, segurando a Jordan de Damon Hill deixaram a equipe em festa. Uma queda natural de desempenho no meio do ano, e chegamos ao Gp da Europa, em Nurburgring. Chove, para, troca pneu, e eis que, depois de rodas esquecidas nos boxes da Ferrari, erros de estratégia da McLaren, choro de Luca Badoer na Minardi, a prova apresenta o surpreendente Johnny Herbert em Primeiro, e Jarno Trulli, com um Prost muito pior que a Stewart em segundo, com Barrichello logo atrás, em terceiro. Porem, o acerto dos carros deixava Trulli tranquilo, pois tinha menos asa, e o unico local de ultrapassagem era na reta. Pois então. Herbert vence, e Barrichello é terceiro. Pelo menos, em Monza, provas antes, o anuncio foi feito: Michael Schumacher e Rubens Barrichello são os pilotos da Scuderia Ferrari nas temporadas 2000 e 2001. e a partir de então; começa o massacre da mídia que transforma Barrichello nesse piloto que nunca está certo...
Prometo voltar com a segunda parte, Ferrari...
Abração a todos;
Roberto Taborda
@roberto_f183
PS: Prometi que iria falar sobre os acidentes de Wheldon e Simoncelli. Baixei MUITO material e estou estudando os casos. Tentarei trazer algo bem didático nos próximos dias...
Desculpe o sumiço, mas essas últimas semanas foram muito concorridas.
O assunto é motivado pela noticia que Kimi Raikkonen está voltando a F1 no lugar de Rubens Barrichello na claudicante Williams.
Isso necessariamente irá terminar com a carreira de um dos pilotos ( na minha opinião ) mais castigados pela mídia que vi nesses 25 anos de F1, acompanhando, claro. Não tenho esperanças que ele consiga lugar na Renault-Lotus, ou na Force India. Está chegando o fim Rubens Barrichello?
Primeiro Teste na Categoria, em 1992.
Quando Rubens estreou em 1993, chegou numa condição muito favorável para um estreante: O grande ídolo o ajudava, e estava numa equipe que se não era das principais, era uma que conseguia ser respeitada numa F1 de 26 carros. Era a Jordan Grand Prix, que estreou apavorando em 1991, mas que quase faliu em 1992, sendo auxiliada pela Yamaha para que isso não acontecesse. Fez uma temporada normal, com destaque para a grande prova de Donington, onde apareceu em quarto numa primeira volta que entrou para a história,sofreu horrores com o cambio sequencial, que inclusive muitas vezes ou estava com as mudanças praticamente impossiveis de serem feitas, ou até mesmo, em um caso, teve a manopla de câmbio saindo na mão de Thierry Boutsen. Os dois pontos em Suzuka, foram o sinal de que a temporada seguinte seria boa...
Barrichello e Boutsen na histórica Donington Park 1993
Rubens, no meu ver, é o grande responsável pela F1 ainda estar com representantes brasileiros, depois da morte do Ayrton. O ano não foi de todo ruim. Antes da morte de Ayrton, pontos em Interlagos, pódio em Aida. Acidente em Imola no fim de semana sangrento, e depois boas atuações, culminando em um pole em Spa Franconchamps. Com Isso, ele, que era o representante junto com Christian Fittipaldi tiveram a responsabilidade de manter a tradição de campeões brasileiros de tres décadas na categoria. A situação de cockpit era desfavorável. Se falou em interesse da Williams, da McLaren. Nada foi confirmado. E para piorar, no final do ano, baque: Christian foi-se para a Indy...E aí?
1994. Ano trágico, mas de afirmação para Rubens!
Aí que Rubens, em 1995 começa o ano com um Jordan-Peugeot, que havia iniciado na categoria pela McLaren, e que de mais notável teve um estouro de motor histórico no grid de Silverstone. Mas o chassis, tinha tudo para ser bom. Mas não foi. Um carro inconfiável. Conseguiu um pódio, em Montreal, com os dois carros ( O outro de Eddie Irvine) E mais alguns pontos... e no fim do ano, baque: Irvine foi-se para a poderosa e revitalizada Ferrari, ao lado de Michael Schumacher, numa vaga que era dada como certa para ele.
1995, ano difícil para Barrichello, com destaque para o pódio aí em Montreal.
Para piorar, 1996 foi um ano duro para Barrichello, com Martin Brundle como companheiro, e apenas alguns momentos de brilho, como a "pole" em Interlagos, perdendo apenas para a imbatível Williams de Damon Hill. A sua relação com Eddie Jordan estava tremendamente dsesgastada " Rubens tem responsabilidades de homem, é um piloto de ponta. Mas ainda o vejo como um menino. Eddie Jordan".
1996. Um carro que mudou de cor durante o ano, vários pontos e relação com o chefe desgastada.
As portas das principais equipes estavam fechadas em uma época em que a F1 estava sofrendo uma redução de grid catastrófica ( rapidamente, a Larrousse, Forti Corse, Pacific, Lotus, tinham sumido nas ultimas duas temporadas) e Barrichello ficou sem rumo. Até que Paul Stewart, amigo seu de alguns anos, o contatou, perguntando se ele queria guiar para ele e seu pai, o lendário Jackie Stewart, em 1997. Estava nascendo a Stewart Grand Prix, com apoio maciço da Ford.
1997. Um carro inconfiável, mas que marcou nessa Mônaco encharcada..
O SF 01 era um carro que tinha tudo que um carro estreante sempre tem.Muito pouca confiança mecânica. O carro acabou apenas quatro vezes durante a temporada, três com Barrichello e uma com Magnussen. Sendo que uma delas, registrada aí em cima. Monaco, Rubens dando show na chuva, e por uma das curiosidades do destino, quase repetiria a zebra do ano anterior, com a vitória de Olivier Panis. Michael Schumacher com quase um minuto de vantagem passa reto... na unica parte de Monte Carlo que tem área de escape, na Saint Devote. Conseguiu voltar e venceu, mas a segunda colocação de Barrichello lhe recolocou nas conversas das principais equipes da F1.
1998. Outro carro inconfiável da Stewart deixava Rubens impaciente e querendo mudar os ares...
E aí, 1998 que era para começar muito bem, começou muito mal. O SF 02 era segundo palavras próprias, uma maquina de moer. Muitos problemas de Câmbio, trocas de companheiros de equipe, e o começo de assédio da Ford Americana a Sir Jackie Stewart tiravam o foco do carro de Alan Jeckins. Quatro míseros pontos e uma certa desconfiança geral que a carreira de Barrichello entrava em um outono...
1999. A primeira Vitória da Stewart.. com Johnny Herbert!
Eis que 1999 o destino apronta uma daquelas que na F1 acontecem de tempos em tempos. A Stewart SF03 era um senhor carro! Barrichello começa o ano surpreendentemente colocando o carro em quinto em Melbourne, e teria vencido a prova SE... o carro não tivesse um principio de incendio na primeira largada. Alias, os dois carros, o do seu novo companheiro Johnny Herbert tambem pegou fogo e ficou de fora. Brasil o Show era dele até o motor Ford abrir o bico, e o pódio em Ímola, segurando a Jordan de Damon Hill deixaram a equipe em festa. Uma queda natural de desempenho no meio do ano, e chegamos ao Gp da Europa, em Nurburgring. Chove, para, troca pneu, e eis que, depois de rodas esquecidas nos boxes da Ferrari, erros de estratégia da McLaren, choro de Luca Badoer na Minardi, a prova apresenta o surpreendente Johnny Herbert em Primeiro, e Jarno Trulli, com um Prost muito pior que a Stewart em segundo, com Barrichello logo atrás, em terceiro. Porem, o acerto dos carros deixava Trulli tranquilo, pois tinha menos asa, e o unico local de ultrapassagem era na reta. Pois então. Herbert vence, e Barrichello é terceiro. Pelo menos, em Monza, provas antes, o anuncio foi feito: Michael Schumacher e Rubens Barrichello são os pilotos da Scuderia Ferrari nas temporadas 2000 e 2001. e a partir de então; começa o massacre da mídia que transforma Barrichello nesse piloto que nunca está certo...
Prometo voltar com a segunda parte, Ferrari...
Abração a todos;
Roberto Taborda
@roberto_f183
PS: Prometi que iria falar sobre os acidentes de Wheldon e Simoncelli. Baixei MUITO material e estou estudando os casos. Tentarei trazer algo bem didático nos próximos dias...
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