O local é Interlagos, o ano é 1963. O piloto Emerson Fittipaldi, aos 17 anos, era uma jovem promessa que ganhava muitas corridas no motociclismo brasileiro. Na foto, Emerson está em velocidade reduzida, aquecendo o motor de sua Mondial de 50 cm3 antes da corrida. Por isso, nem se preocupou em colocar os óculos de proteção - uma displicência surpreendente para um piloto que, anos depois, tornou-se um líder na luta pela segurança nas pistas. Atrás de Emerson, aparece seu amigo de escola Oscar Ferro.
A carreira de Emerson no motociclismo terminou com uma vassourada na cozinha de casa: sua mãe, Dona Juzi, passou a ter horror a corridas de moto desde o acidente que deixou o marido, Wilson, internado durante seis meses com fratura no crânio. Depois disso, foi preciso esperar mais dez anos para um brasileiro - Adu Celso - vencer um GP válido pelo Campeonato Mundial, e outros 20 para Alexandre Barros conseguir uma vitória na categoria rainha, a 500 cm3.
O começo de Kart-Mini e o capacete com duas "asas" brancas na viseira - 1966
Essa espera poderia ter sido bem menor. Se não fosse a vassourada no "Rato"...mas sobrou para o automobilismo, onde contaremos diversas passagens da vida de Emerson...
Nas VII Mil Milhas de 1966, notem os originais logos do "rato" e do "omelete" aplicados na coluna do Malzoni DKW-GT, onde Emerson verificava pessoalmente o abastecimento...
Na VII Mil Milhas de 1966, correu de Malzoni DKW-GT junto com Jan Balder no carro número 7 - superstição de Emerson - aplicado com fita adesiva importada - moderno para a época - produzido pelos irmãos Gilberto e Eliseo, apelidados também de irmãos metralha, onde a dupla fez questão de colar um "ratinho", que era o apelido de Emerson dos tempos que empurrava o kart do seu irmão Tigrão, e do outro lado no pára-lama um "ovo estrelado", um "omelete" do apelido de Jan.
As fotos dessa corrida de F-2 foram tiradas pelo Caíque Fellows, que ficam ótimas com os comentários do Carlos "Caneta 13" Coutinho, que a assistiu "na boca da pista" de Interlagos:
Emerson Fittipaldi na F2 em 1971 - Interlagos
- Eu era um moleque lá em Barretos, mas consegui convencer minha tia, com quem eu morava, e fui pra Sampa ver aquelas corridas de Formula 2. Nunca esqueço que o Peterson bateu na saída da junção, e a gente ouviu as ondas de choque do guard-rail dissipando a energia. Logo depois o Sueco passou com o capacete na mão, acenando cheio de simpatia pra galera...
Aliás o Alex Dias Ribeiro nos mandou um e-mail muito simpático, dizendo que nessa corrida, ele fazia a preliminar de Formula Ford que acontecia entre as baterias da Formula 2. Alex contou que seu carro foi desclassificado por estar fora do regulamento...
Emerson e o grande parceiro Chico Rosa (de pé) no começo da sua campanha Fórmula Ford na Europa, com patrocínio da Freios Varga e dos Óleos Bardhal.
Já na Fórmula 1 de Lotus John Player Special/Texaco, corria estiloso de carro preto, costeletas e óculos que marcaram uma época. As boas conversas com Collin Chapman - cabeça da Lotus - e com o amigo Jackie Stewart.
Emerson de Lola em Interlagos, com os patrocínios da Varga e Bardahl e chegando ao Rio de Janeiro, desfilando em carro de bombeiros na Avenida Presidente Vargas, no Centro, já "Campeão Mundial"
Em Londres e no mundo, tratado como o rei que é, ao trocar a Lotus pela McLaren, quando levou junto Texaco e B.A.T. .
Aconselhamos a compra do livro "Vida em Alta Velocidade", uma autobiografia-depoimento de Emerson, publicado pela Editora Referência. Excelente ritmo, boas revelações, brigas interiores entre valor profissional, pessoal e as visões internas causadas pelas opiniões externas. Muito bom e indispensável para quem quer entender o que acontecia e o que aconteceu com um dos melhores pilotos do mundo.
Esse livro revela as intimidades de Emerson quando cometeu as loucuras da juventude, que amou, descasou e voltou a casar, que teve filhos, cruzou o mundo, ganhou e perdeu amigos. Que entre erros e acertos, nunca deixou de lutar pelo sonho de se tornar uma grande piloto. Sinta-se como co-piloto em uma grande aventura pelo eletrizante universo interno do automobilismo. Circule pelos boxes de uma corrida, sinta o ronco do motor, a tensão diante de uma disputa que pode se revelar fatal e conheça um mundinho de luxo, mulheres bonitas e celebridades internacionais. Do bicampeonato mundial ao desfecho de sua carreira na Fórmula 1, da consagração na Fórmula Indy com a vitória nas 500 milhas de Indianápolis ao milagre no terrível acidente em Michingan que quase o detona. Uma vida marcada pela paixão e pela arte de superar o tempo.
Além disso, Fittipaldi também doa seu tempo e recursos para instituições de caridade como a Fundação Fittipaldi, que ajuda crianças carentes e vem desenvolvendo parcerias com demais organizações por maiores ajudas. Fittipaldi também é membro da "Laureus World Sports Academy", organização que se reúne anualmente em Monte Carlo e patrocina programas relacionados ao esportes para crianças carentes em países necessitados. Veja mais no site oficial www.emersonfittipaldi.com !
Aliás fica aqui nossa crítica ao péssimo hábito da mídia brasileira de se referir a qualquer piloto: - Fulano de Tal, EX-campeão, etc.... A verdade tem que ser dita como é: - Fulano de Tal, CAMPEÃO DO ANO DE ..... .
No Brasil, passou um mês da vitória e qualquer piloto já é "ex"... e isso é horrível. Ganhou uma vez, escreveu o nome, é para sempre....
fonte: http://www.obvio.ind.br/
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