A GPDA (“Grand Prix Drivers Association”) foi criada em 1961 para defender os interesses dos pilotos, especialmente com relação aos seus direitos por maior segurança.
Naquela época, ser piloto não era só se preocupar com contratos comerciais, exposição de “bom moço” na mídia e correr. Vimos há cerca de quatro meses atrás o bicampeão mundial Fernando Alonso reclamar do aumento das taxas de “superlicença”, como se fosse fazer muita diferença para eles. Felipe Massa saiu da GPDA logo depois. Dinheiro, meramente dinheiro e uma guerra por poder.
Só que necessidades mínimas eram relegadas, a vida humana valia muito pouco, quase nada. O resultado: um em cada sete pilotos morreu nas pistas nos anos 60 e 70. Vejam uma volta em Nurbugring em 1967 e reparem que aventura era correr naqueles tempos.
Isto sem contar a questão dos carros, extremamente velozes e frágeis. Neste aspecto de segurança, o elo mais fraco sempre foi um: o piloto. Nos anos 60 a escalada de mortes levou lendas como Wolfgang von Trips e Jim Clark, além de talentos como os irmãos mexicanos Pedro e Ricardo Rodríguez, o norte-americano Peter Revson, o inglês John Taylor, o italiano Lorenzo Bandini e o austríaco Jochen Rindt. E foi neste período que a GPDA causou muitos problemas para os administradores de autódromos, a FIA, os construtores e os interesses comerciais. Naqueles tempos, exxistiam verdadeiras pocilgas chamadas de “autódromos“, sem proteção para os pilotos, equipes treinadas de fiscais de prova, equipamentos mínimos de incêndio e de resgate.Corridas em Nurburgring (Alemanha, 23 km)e Spa-Francorchamps (Bélgica, 14 km) eram verdadeiras “pistas da morte” e a GPDA liderou boicotes em 1969 em Spa (que depois reduziu seu traçado para 8km) e Nurburgring (a partir de 1976 e que só voltou a ter corridas nos anos 90 e 2000, já com 4km de traçado). A entidade ganhou força nos anos 70, exigindo mudanças radicais em Nurbugring, que removeu “saltos” que faziam os carros decolarem, além de outras pistas inseguras como Rouen, Bremgarten, Casablanca e Avus.Em Zolder no GP da Bélgica de 1973, Emerson Fittipaldi, Jackie Stewart e François Cevért reclamam do asfalto, que estava se desmanchando depois de um recapeamento mal-feito. Os organizadores fazem uma nova capa no asfalto, a pista aguenta o tranco no sábado e é liberada para a corrida.
Um piloto da época se tornaria o ícone desta luta. O escocês Jackie Stewart começaria sua saga a partir de um grave acidente, em 1966 no antigo traçado de Spa-Francorchamps. Isto veremos na semana que vem…Isto vai contra os ideais de fundação da GPDA, há mais de 40 anos. Naquela época, a Fórmula-1 se tornava uma categoria cada dia mais rentável financeiramente e todo mundo queria seu quinhão: construtores, montadoras, administradores dos autódromos, televisão…
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