Hoje eu vou falar daquele que, na minha opinião, é um dos carros mais marcantes da Fórmula 1: o Williams FW14B, usado pelo time de Grove na temporada de 1992.
Eu tenho esse carro guardado de uma maneira muito forte na minha memória. Em 1991 eu estava começando a acompanhar as corridas de uma forma mais assídua, e com 8 anos de idade, aquele carro, com aquela pintura amarela, azul e branca e aquele número 5 pintado de vermelho no bico, me impressionou bastante, principalmente quando eu via, nos treinos, ele subindo e descendo através da suspensão ativa.
O carro, que é uma atualização do já excelente FW 14, foi desenhado pelo então promissor Adrian Newey, sob a supervisão de Patrick Head, e trazia grandes inovações que Newey já havia testado em seus modelos desenvolvidos para a March - Leyton House, como a entrada de ar integrada ao santantônio, o bico de perfil curvo com a asa um pouco mais alta e o assoalho bem baixo.
Basicamente era quase o mesmo carro de 1991, mas alguns detalhes fizeram com que esse carro se tornasse um dos mais lendários de todos os tempos.
A começar pela Suspensão Ativa. A Williams já vinha desenvolvendo esse projeto no FW11B, carro pilotado por Nigel Mansell e Nelson Piquet na temporada de 1987, mas devido aos altos custos, o projeto foi engavetado. Essa era a principal carta na manga de Frank Williams, para a temporada de 1991. O sistema funciona da seguinte forma. Os amortecedores e molas são substituídos por atuadores hidráulicos, pistões ligados a reservatórios de óleo pressurizado. Uma válvula comandada eletronicamente injeta mais óleo quando deve endurecer a suspensão, e deixa óleo sair para afrouxar. A leitura da pista é feita por sensores nas barras da suspensão, que mandam as informações para dois computadores de bordo, que calculam o movimento dos atuadores.
Além desse sistema de suspensão ativa, o carro contava com câmbio semi-automático, freios ABS e controle de tração. Além de um poderoso conjunto aerodinâmico com os já citados bico curvo e asa mais alta, que geravam um excelente downforce para o carro.
Outro grande trunfo era o excelente motor Renault RS4 V10, o mais potente e confiável entre todos os que foram utilizados na temporada.
Com todos esses “truques”, não é de se espantar que a Williams tenha “passeado” na temporada de 1992, engolindo a concorrência, e o FW14B tenha sido apelidado, por Ayrton Senna, de “carro de outro mundo”. É considerado por muitos como o melhor carro de Fórmula 1 de todos os tempos, um verdadeiro clássico.
Vídeo da tv japonesa mostrando o funcionamento da suspensão ativa (detalhe dos mecânicos de bermuda e camiseta, outros tempos…)
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