O post do leiotr desta segunda foi enviado por Jose Carlos de Portugal.
Esgotou-se o prazo para especulações e jogos psicológicos. Acabou a pré-temporada com toda a gente a apontar a Red Bull como favorita.
Esgotou-se o prazo para especulações e jogos psicológicos. Acabou a pré-temporada com toda a gente a apontar a Red Bull como favorita.
Vettel e Webber ficaram longe dos melhores tempos da semana, nos últimos testes de Barcelona, mas o ambiente na Red Bull é de grande tranquilidade e basta ver o RB7 em pista para se perceber porquê.
Nas Curvas 3 e 9 do Circuit de Catalunya os seus pilotos passavam de pé em baixo, coisa que mais ninguém conseguia e, mesmo nas curvas mais lentas, o RB7 é um regalo para a vista. A este equilíbrio e rapidez junta-se uma gestão dos pneus melhor do que a de todos os seus rivais, o que deixa Vettel e Webber na posição de favoritos para a conquista do Mundial.
Sem querer abrir muito jogo, mas com um enorme sorriso que trai essas intenções, Sebastian Vettel confessou-nos que "esta foi a melhor pré-temporada que já tive desde que cheguei à Red Bull. Fizemos muito mais quilómetros do que nos outros anos, não temos problemas de fiabilidade e o carro é rápido e equilibrado. Por isso, acho que só podemos estar satisfeitos, mas a Ferrari e a Mercedes também estão fortes e só em Melbourne veremos quem está na frente."
Alonso fez progressos
Com um novo pacote aerodinâmico e mecânico, que incluiu a colocação dos escapes em posição mais avançada, para aumentar a carga aerodinâmica no perfil extrator, a Ferrari trabalhou bastante na gestão dos pneus e, se Felipe Massa teve vida complicada quando efetuou uma simulação de Grande Prémio na quarta-feira - cerca de 0,5s por volta mais lento do que o que Mark Webber estava a fazer na mesma altura -, as alterações introduzidas no set-up deram certo e no dia seguinte Fernando Alonso foi bastante mais eficaz, rodando em tempos competitivos nas 66 voltas que fez. Mas a degradação continuou a ser mais premente do que nos Red Bull, no que parece ser o principal problema da Scuderia nesta altura.
Novos adversários
A Mercedes e a Renault assumiram-se como as equipas mais próximas das duas escudarias da frente, mesmo se dificilmente estarão em posição de lutar pela vitória já no GP da Austrália. A equipa alemã apresentou novas asas, derivas, fundo plano e também novas saídas de escape ao longo da semana, e foi quem mais simulações de qualificação efetuou, o que contribuiu para que Michael Schumacher acabasse a semana na frente da tabela de tempos.
O veterano alemão mostrou-se bastante otimista, "pois tudo o que colocámos no carro funcionou como o túnel de vento tinha previsto e ganhámos exatamente o tempo por volta previsto. Acho difícil ganhar em Melbourne, mas estamos bastante mais fortes do que no ano passado e isso deixa-me bastante satisfeito."
Na Renault, o andamento do R31 voltou a deixar a equipa otimista, sobretudo quando tinha Heidfeld ao volante, mas problemas de fiabilidade, sobretudo a nível de KERS, atrasaram o programa da equipa. Segundo Heidfeld, "re-encontrámos o caminho certo para acertar o chassis, tanto para qualificação como para corrida, mas temos alguns problemas mecânicos para resolver antes do início da temporada, pois é fundamental acabar as primeiras corridas, que é onde é mais acessível marcar muitos pontos."
O patrão da McLaren, Martin Whitmarsh é de opinião que a McLaren tem capacidade de surpreender algumas pessoas em Melbourne, apesar das suas dificuldades nos testes, onde a equipa rodou quase menos mil quilómetros que a Ferrari, devido a problemas com a fiabilidade do MP4/26. Neste contexto, a maioria acha que a McLaren vai estar fora da luta pelos primeiros lugares nas corridas iniciais do campeonato, mas essa é uma conclusão tirada depois dos últimos testes de Barcelona.
Os problemas de confiabilidade - de motor e de escapes (agora em posição tradicional) - juntaram-se à falta de andamento do MP4/26. Button e Hamilton garantiram-nos que, com as novas asas, derivas e perfil extrator, o comportamento do chassis melhorou bastante, mas ambos admitiram que ainda estão muito longe de poderem lutar pelas vitórias.
Dos dois, Hamilton é quem mantém maior otimismo, pois disse-nos que "a situação não é desastrosa mas também não é a ideal. Temos uma equipa muito forte, que vai apresentar já novas soluções na Austrália e isso deixa-me mais confiante. Há dois anos também estávamos nesta situação e fui ao pódio em Melbourne, por isso acredito que vamos sair desta situação complicada muito rapidamente."
KERS atrasa Williams
A Williams acabou por abandonar o KERS, pois continuou a ter problemas com aquele sistema e optou por o retirar, para que Barrichello e Maldonado pudessem testar de forma regular. O brasileiro ficou bastante agradado com "o andamento que mostrámos em condições de corrida, pois diminuímos em muito a degradação dos pneus e somos competitivos", mas ficou dececionado por este progresso não ter tido correspondência quando efetuou algumas simulações de qualificação.
O acerto de compromisso que a Williams encontrou favorece de forma clara o andamento em corrida, o que poderá ser decisivo este ano, mas se a situação se mantiver assim, Barrichello e Maldonado vão passar por algumas dificuldades na qualificação.
Sauber sobe, Toro Rosso desce
A Sauber saiu de Barcelona com sentimentos contrastantes, pois se o C30 mostrou claros progressos com as novas asas, derivas e fundo plano estreados neste ensaios, a fiabilidade continuou a ser uma preocupação para os suíços. O sistema hidráulico, a transmissão e o KERS falharam durante a semana passada, deixando técnicos os comandados por James Key com muito por fazer antes do GP da Austrália.
A nível de andamento, Kobayashi mostrou-se animado, explicando que "as novas peças deram os resultados esperados, mas ainda há muito trabalho de acerto para fazer."
Já a Toro Rosso teve uma semana menos positiva, talvez por ter sido das equipas que menos novidades tinha para apresentar em Barcelona. Buemi e Alguersuari realizaram os seus melhores tempos deste inverno quando rodaram em condições de qualificação, mas como a concorrência melhorou bastante as suas marcas, não foram tão impressionantes como há duas semanas.
Valeu a fiabilidade do STR6 e o muito trabalho de preparação por parte da equipa, que treinou cerca de cem trocas de pneus no total dos quatro dias de trabalho, pois o tempo perdido nas boxes vai ser determinante para o resultado final das corridas, num ano em que dificilmente os pilotos pararão menos do que três vezes para mudar de pneus em cada corrida.
Ferrari com mais de 5 mil quilómetros
A poucos dias do início do mundial de Fórmula 1, sabe-se que a Ferrari foi, de longe, a equipa que mais quilómetros percorreu, com uma vantagem apreciável sobre a Mercedes e a Red Bull. O 150º Italia superou os cinco mil quilómetros percorrendo o equivalente a 17 distâncias de Grande Prémio. Em contrapartida, a McLaren e a Renault ficaram muito longe das outras equipas da frente numa clara demonstração dos problemas de fiabilidade que afetaram estas duas equipas.
A tabela final de quilómetros percorridos antes do GP da Austrália ficou escalonada da seguinte forma:
- Ferrari - 5244 km;
- Mercedes - 4483 km;
- Red Bull - 4407 km;
- Sauber - 4099 km;
- Williams - 3894 km;
- McLaren - 3844 km (2748 km com o chassis de 2011);
- F. India - 3745 km (2337 km com o chassis de 2011);
- Toro Rosso - 3737 km;
- Renault - 3700 km;
- Virgin - 3361 km (2485 km com o chassis de 2011);
- Lotus - 2403 km;
- HRT - 1949 km (todos com o chassis de 2010).
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