A coluna post do leitor que vai ao ar toda segunda e conta com um post feito por você nosso leitor, nesta segunda foi enviado por Rodrigo Albuquerque e ele vem falar dos pilotos italianos dos anos 80 na F1.
Quando Riccardo Patrese venceu sua primeira corrida num improvável GP de Mônaco em 1982, a Itália quebrava um jejum de 15 anos sem vitórias na Fórmula 1, desde que Lorenzo Bandini (que por sua vez nasceu na Líbia quando esta ainda pertencia à Itália) obteve sua única vitória. Junto com Patrese também veio Michele Alboreto, mais jovem, e que também conseguiu sua primeira vitória naquele ano, com uma combalida Tyrrell. Parecia que a década veria o ressurgimento da escola italiana. A pátria que trouxe ao mundo nomes como Ferrari, Lancia, Maseratti, Alfa Romeo, a pátria dos carros vermelhos, do monumental Tazio Nuvolari (considerado o maior piloto do mundo antes da formação do campeonato mundial de F1), de Farina e Ascari, vivia então um momento dramático de sua história: era preciso um novo campeão.
Enquanto Patrese dava sinais de instabilidade apesar de uma relativa experiência, Alboreto foi para a Ferrari em 84 com a esperança de conquistar títulos. Foi vice-campeão em 1985, mantendo o campeonato equilibrado até bem depois da metade, quando, a partir do GP da Áustria Prost passou a dominar (some-se a isso 5 abandonos consecutivos nas 5 últimas provas). Mas depois disso, Alboreto seguiu carreira ladeira abaixo. Dispensado da Ferrari ao final de 88 somando apenas três vitórias pela equipe, teve que procurar emprego na Tyrrell no ano seguinte, sendo dispensado em troca de Jean Alesi e correndo o resto do ano com uma Larrousse. Foi visto pela última vez na Scuderia Italia em 1993, antes de se aposentar.
Já Patrese, depois de 1982, pipocou entre equipes médias, chegando à Williams no final de 87. Seguiu na equipe até 1992. Apesar de constar nas estatísticas um vice-campeonato naquele ano, Patrese teve uma das atuações mais apáticas de sua carreira. Pilotando um carro que andava praticamente sozinho e era muit0 superior aos outros, não foi capaz de superar as trapalhadas de Nigel Mansell, seu companheiro de equipe, que levou o título daquele ano quase na metade do campeonato. Patrese foi vice-campeão por inércia.
Patrese obteve 6 vitórias na carreira, e Alboreto 5. Foram os italianos de maior sucesso na Fórmula 1 em décadas. Mas quando digo que houve uma geração de pilotos italianos de grande talento surgida nos anos 80, não é a eles que me refiro. Sempre achei Patrese um piloto muito limitado, e embora eu pessoalmente considere Alboreto um piloto extremamente competente, lhe faltava algo mais que faz de um piloto campeão. Quando me refiro a essa geração promissora, me refiro a três pilotos que, por força das circunstâncias, jamais alcançaram o estrelato que estava reservado a eles. São três pilotos que, não só pelas circunstâncias fora de seu controle, a famosa Lei de Murphy, mas também por conta de traços de suas próprias personalidades, não chegaram a ter o sucesso que talvez merecessem. Me refiro a Ivan Capelli, Pierluigi Martini, e Stefano Modena. Se você deu risada após ler estes nomes, saiba que estes três foram devoradores de títulos em categorias menores e realizaram feitos extraordinários em equipes pequenas que os vestia com a aura de futuros campeões, mas que, quando o sucesso bateu à porta, tudo deu errado.
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