Olá amigos leitores do GP Expert! Esse é o primeiro artigo que eu escrevo para o site. Antes de mais nada, gostaria de agradecer, mais uma vez, ao Jean Corauci pela oportunidade.
Nesse primeiro artigo, eu vou falar sobre uma das pistas mais lendárias do automobilismo mundial e uma das minhas preferidas: Spa-Francorchamps.
Eu sei que é um pouco clichê falar sobre a monumental pista belga, mas eu queria algo especial para começar, e nada mais especial do que Spa.
O circuito se localiza na região das Ardenas, próximo às vilas de Francorchamps, Malmedy e Stavelot, na província de Liège.
A pista foi idealizada em 1921 por Jules de Their e Henri Langlois Van Ophem, e não é exatamente a versão que foi usada até 1970 na Fórmula 1, o traçado era ligeiramente diferente. Mas o conceito era o mesmo: usava trechos das estradas que ligavam as vilas de Francorchamps, Malmedy e Stavelot (o nome da cidade de Spa é usado por ser a maior cidade mais próxima da pista).
É lá que se encontra uma das curvas mais famosas da Fórmula 1, a imponente Eau Rouge, um verdadeiro paredão feito a 300km/h no sentido esquerda-direita, que intimida até os mais corajosos.
A inauguração foi em 1921, mas a primeira prova a ser disputada na nova pista acabou não acontecendo, porque somente um carro foi inscrito. A prova inaugural acabou sendo uma corrida de motos.
Em 1924 era realizada a primeira edição das lendárias 24 Horas de Spa-Francorchamps, e em 1925 o primeiro Grande Prêmio da Bélgica.
A pista foi fechada durante II Guerra Mundial, sendo reaberta, com mudanças no traçado, em 1947. Em 1950, recebeu a primeira edição do GP da Bélgica valendo pontos para o Mundial de Fórmula 1, prova vencida pelo pentacampeão Juan Manuel Fangio.
Em 1957, 1959 e 1969, a corrida não foi disputada, muito em parte por conta de reclamações dos pilotos em relação à segurança. Devido ao seu traçado que favorecia as altas velocidades, os acidentes graves eram muito comuns, chegando a ocasionar a morte de pilotos e espectadores.
O acidente mais famoso foi o de Jack Stewart, em 1966. Como a pista era muito grande, com quase 14 quilômetros de extensão, era comum que chovesse em determinados pontos da pista, enquanto que outros ficavam secos. O BRM do escocês derrapou na entrada da Masta Kink, e ele acabou batendo, destruindo seu carro, ficando preso nas ferragens, e banhado na gasolina que vazava do tanque avariado, enquanto Graham Hill e Bob Bondurant o tiravam de lá. Depois disso o cerco foi se fechando, não houve corrida em 1971, e a partir de 1972, o GP belga seria disputado em Nivelles e Zolder. Mas as corridas de endurance continuaram, com os Porsche 917 fazendo história em Spa.
Em 1979, a pista passa por uma reforma e passa a ter a configuração atual (a única diferença é o traçado da Bus Stop). Em 1983 o GP da Bélgica volta à sua casa tradicional, passando por Zolder em 1984, e voltando definitivamente para Spa em 1985.
Apesar das mudanças no traçado, e mesmo com as mudanças nos carros e no próprio esporte, ao longo do tempo, Spa-Francorchamps ainda retém sua principal característica, que é ser uma pista da alta velocidade, desafiadora, e que proporciona excelentes corridas. Uma grande pista, daquelas que não se faz mais, e guarda muito do que era o automobilismo de outros tempos.
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