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Wednesday, March 9, 2011

Le Mans 1955

Como o Rapahel do blog Full Machine mencionou este acidente em seu ultimo post aqui apra o GP Expert, resolvi utilizar a coluna Vale a pena postar de Novo para republicar este post que trata justamente do acidente de 1955.

Bom galera como ultimamente eu mencionei este acidente em alguns posts achei melhor falar dele. Infelizmente não é um assunto muito bom de ser lembrado, mas acho que seria bom vermos o que aconteceu.


A tragédia de Le Mans em 1955 foi um acidente durante a corrida automobilística 24 Horas de Le Mans, em 11 de junho de 1955. Os carros envolvidos no acidente atingiram vários espectadores, matando 84 deles. Este foi o pior acidente das 24 Horas de Le Mans.

Quando Mike Hawthorn se dirigia aos boxes com seu Jaguar, quase colide com o Austin-Healey de Lance Macklin, que para o evitar desviou para a esquerda atingindo o Mercedes do piloto francês Pierre Levegh, que vinha logo atrás.


Ocorreu então, um grande estrondo, com o carro de Levegh passando por cima de Macklin, batendo na barreira e começando a pegar fogo. O francês morreu na hora e pedaços do carro dele voaram sobre o público.

Como resultado do acidente, houve morte de vários espectadores, no pior acidente da história do automobilismo.

Nada fez pressentir o que ia acontecer em Le Mans, antes da prova.

Entre os pilotos das várias equipas, reinava grande animação. A competição de resistência não contava para o campeonato do mundo. Mas estavam lá os melhores ases do mundo, entre os quais Juan Manuel Fangio  que , neste ano de 1955, também estava à frente do campeonato do mundo.

Fangio continuava na equipa da Mercedes, com ele estão Kling, Levegh, e o jovem Moss que 3 semanas antes venceu brilhantemente as 1000 Milhas, seguido de Fangio. Os Flechas de Prata estão seguros quanto a nova vitória em Le Mans. Porém a alegria dos primeiros dias ficou escurecida, quando começam os treinos, celebrados de noite.


Na 1ª noite , MossS sofre um acidente , arrastando consigo um grupo de pessoas. Ele sai incólume mas ficam 3 feridos , entre eles Jean Behra. Nos últimos treinos nova nota de tristeza. Elie Bayol morre num acidente. Esta morte deixa um ambiente de angústia e nervosismo, entre os pilotos.

O dia 11 de Junho , surge radiante. A cidade parece um formigueiro humano. As ruas, os bares, tudo está cheio. Na hora do grande espectáculo , toda aquela gente se despeja para as grades do circuito. Desde o princípio se supõe que será um duelo entre a Mercedes e Jaguar, que tem Hawthorn como principal piloto.

Vai começar a corrida, diante de todos dos estão os ases do volante. Fangio é o 1º a ocupar seu carro nº19, que depois de algumas horas passará ao seu co-piloto Moss, Levegh leva o nº 20 e Kling o nº 21. A bandeira dá o sinal de partida. Os pilotos correm para os seus carros e Castelliti é o 1º a arrancar com sua Ferrari vermelha.


Fangio tem pouca sorte na partida. Ao saltar, as suas calças engancham-se na alavanca de velocidades e perde uns segundos. Quando os corredores passam , depois da 1ª volta Castelloti continua a liderar, seguido de Hawthotn. Fangio aparece em 14º e pisa no acelerador, disposto a ganhar os lugares perdidos.

E consegue-o , antes de uma hora de corrida, o seu Mercedes vai já a uma pequena distância dos lideres. Fangio até aí já conseguira a volta mais rápida, a uma média de 195,3km/h. Castelloti começava a atrasar-se e Hawthorn acelera para não ser passado por Fangio. A 2ª hora é caracterizada por uma luta lado a lado entre Fangio e Hawthorn. Ambos lutam, sem deixar um milímetro entre si, para conservarem a liderança da prova.


O inglês , num esforço desesperado supera o record de Fangio e faz 196,96 km/h. O público está entusiasmado e procura animar os dois ases. Às 6h15 da tarde , Hawthorn está uns metros à frente de Fangio. Já tem mais de 2 horas de corrida e preparam-se para se aproximar dos stands, descansar e passar o volante.

Mas alguns, contagiados pela velocidade, seguem pisando fundo no acelerador, e conservando o volante entre as mãos. Hawthorn, no seu Jaguar, é um destes. Não está disposto a reduzir a velocidade quando vai à frente e parece disposto a aumentar a vantagem aos mais atrasados, como Kling e Levegh, que tem mais de uma volta de atraso.

Levegh, apesar do seu atraso, confia no carro que lhe deram, continua também ao volante. Na volta 42, Hawthorn nota falta de gasolina e e decide parar para prosseguir, mas não quer perder um segundo. Sem parar até ao último momento, passa à frente de Levegh, junto aos stands, fazendo o mesmo com Kling e Macklin.


É então quando o inglês pára bruscamente , diante da equipa do Jaguar, com uma manobra rápida e perigosa. Macklin não tem tempo de desviar, ao ver Hawthorn à sua frente. Pisa rapidamente no freio para evitar o choque, mas suas rodas patinam e o carro fica quase atravessado na pista.

Levegh vem atrás, a 260 km/h. Fangio segue-o de muito perto. Fangio não podia ver o que se passava, mas Levegh levanta o braço para o avisar do perigo. Fangio trava mas, sem tempo para parar; ao chegar ao local do acidente, apenas deu conta do que passou. Vê sair o carro de Levegh pela direita, enquanto o Austin de Macklin, sai pela esquerda. Fangio, numa rápida manobra, e quase sem se dar conta , encontra-se livre de perigo.

Entretanto, em breves segundos a morte projectou-se sobre Le Mans. Quando Levegh levantou o braço, para advertir Fangio do perigo, o mesmo não podendo parar, procurou passar pelo reduzido espaço livre deixado pelo carro de Macklin. Mas não conseguiu. O para-lamas de seu Mercedes chocou com traseira do Austin e o carro de Levegh saíu disparado a toda velocidade sobre a proteção da pista.


Dali foi projetado contra um poste, voltando a cair sobre a proteção, para ficar preso num muro de cimento. Foi então que o motor, se desprendeu do resto do carro e saíu , sobre 200 cabeças.

Macklin, entretanto, consegue sair sem arranhões de seu carro e Fangio continua sua corrida, sem saber na realidade o que se tinha passado. Mas a realidade estava lá, mais de 80 mortos e 100 feridos. A corrida continua para não alarmar o público e evitar maiores complicações. Mas 3 horas depois a equipe Mercedes manda retirar seus carros da corrida.

Só então Fangio se inteira da tragédia. Durante uns minutos, parece desnorteado. Não diz uma palavra; os seus lábios movem-se recitando uma prece e os seus olhos enchem-se de lágrimas ao ouvir a voz do locutor que profere friamente estas palavras: "A morte passou; a corrida continua."

Por fim FANGIO consegue falar: "Levegh salvou-me a vida. Levantou a sua mão para me avisar de um perigo que eu não via. Mas ele... E esses pobres espectadores, que culpa tiveram?"

Naquela tarde de Le Mans, as corridas ficam marcadas com o selo da morte.

A equipe Mercedes vencia a corrida, com Stirling Moss e Juan Manuel Fangio, e retirou-se dela em respeito aos mortos.

A própria Mercedes retirou-se do automobilismo após o acidente, só retornando em 1989.

Até 2006, o automobilismo era proibido na Suíça devido ao acidente, embora este tenha ocorrido na França. Apenas em 2007, corridas em território suiço voltaram a ser liberadas.



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