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Wednesday, February 23, 2011

1988 - Ayrton Senna

A temporada 1988 de Fórmula 1 começou cheia de especulações. Afinal, havia um grande número de mudanças nas equipes que agitavam os ânimos dos torcedores.

E elas começavam pela McLaren. A escuderia inglesa apostou nos motores Honda, que haviam feito sucesso na Williams, e também no piloto brasileiro Ayrton Senna, destaque da Lotus nos últimos campeonatos.

Enquanto a Williams começava a temporada sob desconfiança, pois estaria sem os motores Honda e sem o atual campeão Nelson Piquet, agora na Lotus.

Já a imprensa discutia as possibilidades da Ferrari e seu principal piloto, o austríaco Gerhard Berger, Vencedor das duas últimas provas no ano anterior.

Mas quando as luzes vermelhas se apagaram e foi dada a largada todos se renderam a uma forte McLaren e seus dois gênios chamados Ayrton Senna e Alain Prost.

Eles venceram quinze das dezesseis corridas da temporada e deixaram a McLaren com cento e trinta e quatro pontos à frente da Ferrari no mundial de construtores.

Enquanto os oito triunfos de Ayrton Senna lhe garantiram o primeiro título mundial de pilotos. Embora ele tivesse conseguido menos pontos que Alain Prost, mas apenas os onze melhores resultados eram somados na classificação final.


A Temporada de Fórmula 1 de 1988 foi a 39ª realizada pela FIA. Seu período de duração foi entre 3 de abril e 18 de novembro de 1988, com dezesseis corridas.

Teve como campeão o brasileiro Ayrton Senna, da equipe McLaren, sendo vice-campeão o francês Alain Prost, também da McLaren.

Foi um ano monótono: a equipe McLaren venceu 15 dos 16 GPs, massacrando a concorrência (a Ferrari venceu em Monza, com Berger, após Senna ser atingido por um retardatário quando, líder, abria a penúltima volta).

Como este seria o último campeonato da Formula 1 em que os motores turbo iriam participar, a FIA introduziu maiores restrições para as equipes que iriam utilizar os motores turbo: a pressão dos turbos baixou dos 4 para 2,5 bar, consequentemente a potência baixou de 1000 para 670 cv; o consumo de combustível permitido baixou dos 195 litros para os 150 litros; e os carros com motor turbo pesavam mais 40 kg que os com motor atmosférico. A FIA pensou que com estas limitações a diferença entre os motores turbo e os aspirados não seria relevante, aliás estariam convencidos de que os motores turbo perderiam competitividade.

Uma grande parte das equipes deixou de utilizar os motores turbo, apenas a McLaren, a Lotus, a Ferrari, a Arrows, a Zakspeed e a Osella optaram por continuar a usar os turbos. No final do ano os turbos seriam proibidos e o campeonato do ano seguinte seria disputado apenas por motores aspirados como tal as equipes que utilizassem agora os motores aspirados teriam, teoricamente, a vantagem de um ano sobre as equipes que se mantiveram ainda com os motores turbo.

O Campeão do ano anterior, o brasileiro Nelson Piquet deixou a Williams para assinar pela Lotus. Por sua vez, Ayrton Senna (brasileiro) deixou a Lotus para correr pela McLaren. Nesta troca de pilotos, a equipe mais prejudicada foi a Williams que ficou sem o motor Honda. Piquet foi para a Lotus e a Honda manteve o fornecimento à equipe inglesa. Senna foi para a McLaren e levou com ele o contrato para a Honda fornecer os motores à equipe de Ron Dennis. Frank Williams teve que recorrer aos motores Judd aspirados.

A Brabham, após dois anos de péssimos resultados, iria estar ausente todo o ano, a primeira ausência desde 1962, ano da sua fundação.

A primeira corrida do ano, no Brasil, teve um vencedor muito conhecido pelo público brasileiro. O piloto francês Alain Prost (McLaren) liderou as voltas todas e venceu o GP pela quinta vez desde 1982. Apenas falhou duas vezes (1983 e 1986). Senna, que foi o pole-position, foi desclassificado na 31ª volta por ter trocado de carro na volta de aquecimento e quando efetuava uma bela recuperação. O piloto austríaco da Ferrari, Gerhard Berger, foi o segundo e Nelson Piquet (Lotus) o terceiro.

No GP de San Marino, novamente um McLaren domina de ponta a ponta. Mas desta vez coube ao brasileiro Ayrton Senna a vitória. Alain Prost ficou na segunda posição e Nelson Piquet é novamente o terceiro.

No GP do Mónaco, Aytron Senna (McLaren) exerce o seu domínio nos treinos ao garantir a terceira pole-position consecutiva. Na corrida o piloto brasileiro lidera até 12 voltas do fim. Quando tinha a vitória quase garantida e com uma confortável vantagem sobre Prost, Senna comete um erro e “dá” a vitória ao seu colega de equipe. Prost é o primeiro e a Ferrari completa o pódio, com Berger seguido de Michele Alboreto (italiano).

A corrida seguinte é uma repetição dos GP’s anteriores. Começa a ser evidente que a McLaren não terá oposição na conquista dos títulos. Assim a corrida mexicana foi completamente dominada por Prost que liderou as voltas todas. Senna ficou em segundo lugar e Berger foi o terceiro.

Numa primeira fase do GP do Canadá, o domínio pertenceu a Alain Prost mas à 19ª volta Senna passa o francês e nunca mais larga a primeira posição. Thierry Boutsen (belga), pilotando um Benetton B188, fez uma óptima prova e cedo se instalou na terceira posição que soube manter até ao final da corrida.

Em Detroit, Ayrton Senna vence o GP americano pelo terceiro ano consecutivo. Pertenceu-lhe a liderança das voltas todas. O pódio foi uma repetição do GP anterior: Prost foi novamente o segundo classificado e Boutsen o terceiro.

Finalmente no GP de França, Alain Prost consegue bater Ayrton Senna na qualificação e faz a pole-position na sua terra natal, após 6 pole-positions consecutivas do brasileiro. O domínio da corrida foi repartido entre os dois pilotos da McLaren. Prost foi o primeiro a liderar, depois foi a vez de Senna mas 20 voltas do fim Prost consegue ultrapassar o brasileiro e vencer em “casa”. Senna ficou com a segunda posição e Alboreto foi o terceiro.

No GP da Grã-Bretanha acontece a primeira situação “anormal” após 7 GP’s. Não há nenhum McLaren na primeira linha da grelha de partida. No seu lugar estão os dois pilotos da Ferrari, respectivamente Berger e Alboreto. Na corrida acontece a segunda situação “anormal”: pela primeira vez neste campeonato um GP é liderado por um carro que não é um McLaren!

Efetivamente, a McLaren tinha conseguido a proeza de liderar todas as voltas de todos os GP’s até aí decorridos! Não sei se é inédito mas é um feito assinalável. Esta situação durou até à 13ª volta, altura em que Berger (Ferrari) perde a primeira posição para Senna, que liderou o resto da corrida. A prova foi disputada debaixo de chuva e Alain Prost optou por abandonar voluntariamente (primeira desistência do francês). Mansell consegue o primeiro resultado digno de registo para a Williams nesse ano ao ficar em segundo lugar. O piloto italiano Alessandro Nannini fica em terceiro lugar com o Benetton B188, naquele que foi o seu primeiro pódio na Formula 1.

Após 8 GP’s, Alain Prost era o primeiro com 54 pontos, Senna o segundo com 48 pontos e Berger o terceiro com 21 pontos. Nas equipes, a McLaren liderava com 102 pontos e a Ferrari era segunda com apenas 34 pontos.

O GP da Alemanha foi disputado à chuva e os dois pilotos da McLaren voltaram a dominar o fim-de-semana. Ayrton Senna venceu a corrida com Prost na segunda posição. O austríaco Gerhard Berger, da Ferrari, foi o terceiro.

Na Hungria, Senna e Prost travam um belo duelo mas é o brasileiro que sai vitorioso. Prost ficam com o segundo lugar. Thierry Boutsen (Benetton) ficou em terceiro lugar.

No GP da Bélgica, Senna obtém a sua 7ª vitória da época e pela primeira vez chega ao primeiro lugar do campeonato, apesar de Prost ter o mesmo número de pontos (66) mas apenas 4 vitórias. Na corrida Prost também ficou em segundo lugar. O piloto da “casa”, Boutsen conseguiu uma excelente terceira posição final.

Em Italia houve uma surpresa e aconteceu aquilo que não se esperava… a McLaren não venceu a corrida. No entanto os McLaren voltaram a exercer o seu normal domínio sobre os adversários. Mas o imprevisto aconteceu, Prost já tinha abandonado quando perto do final da corrida, Senna que parecia caminhar para uma nova vitória comete um erro ao ultrapassar um piloto atrasado e os dois colidem provocando o abandono do brasileiro da McLaren. Quem a aproveitou foi a Ferrari que conseguiu a única vitória e dobradinha da época. Foi o delírio para os milhares de “tifosi” que vibraram com a vitória “caseira” da Ferrari. Berger foi o primeiro seguido de Michelle Alboreto (italiano). O americano Eddie Cheever conseguiu um afortunado terceiro lugar para a Arrows.

O GP seguinte era disputado em Portugal e foi aí que eventualmente teria acontecido o primeiro desentendimento entre Alain Prost e Ayrton Senna. Prost venceu a corrida de forma categórica mas quando ultrapassou Senna, na segunda volta, o brasileiro ao defender-se “apertou” Prost contra o muro das “boxes”. Senna foi apenas 6º devido a problemas de consumo. O italiano Ivan Capelli (March) efetuou uma excelente corrida e foi a grande surpresa do fim-de-semana ao ficar no segundo lugar. Thierry Boutsen coleccionou mais um terceiro lugar para a Benetton.

No GP de Espanha, Prost voltou a vencer e Senna voltou a ter problemas com o consumo de combustível e foi apenas quarto. Nigel Mansell (inglês) conseguiu levar o Williams até à segunda posição e Alessandro Nannini (italiano) foi o terceiro num Benetton. Prost já a descontar pontos, apenas amealhou 3 dos 9 pontos da vitória. Por outro lado, Senna estava a uma vitória de se sagrar campeão do mundo pela primeira vez, e isto apesar de Prost ter 84 pontos e Senna 79 pontos.

O GP do Japão foi o momento de consagração para Senna. Com a vitória Ayrton Senna conseguia o seu primeiro título na Formula 1. A performance de Senna foi fantástica. No início atrasou-se ao falhar o arranque mas efetuou uma recuperação soberba até ao primeiro lugar. Prost ficou em segundo lugar mas teve que descontar todos os pontos devido à regra das 11 melhores classificações. Boutsen ficou em terceiro lugar.

O GP da Austrália, que se disputou já com a questão dos títulos decidida, a McLaren foi novamente e sem surpresa a dominadora. Prost terminou em primeiro e Senna foi o segundo, obtendo a McLaren a 10ª dobradinha da temporada. O piloto brasileiro Nelson Piquet (Lotus) ficou com o último lugar do pódio, amenizando assim uma fraca temporada do tri campeão mundial. E esta foi a última vez em que um motor turbo participou na Formula 1.

Senna sagrou-se campeão com 90 pontos (8 vitórias) contra os 87 pontos de Prost (7 vitórias). A McLaren venceu o campeonato de construtores com 199 pontos (15 vitórias) e a Ferrari ficou em segundo lugar com 65 pontos (1 vitória).
Sistema de pontuação – F1 1988
  • 1º lugar – 9 pontos
  • 2º lugar – 6 pontos
  • 3º lugar – 4 pontos
  • 4º lugar – 3 pontos
  • 5º lugar – 2 pontos
  • 6° lugar – 1 ponto

Apenas os 11 melhores resultados contavam para o campeonato de pilotos.

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