Todos os anos, são vários os 'rookies' que chegam à Fórmula 1 com a ambição de construírem uma carreira de sucesso. Em 2011, a situação repete-se, assistindo-se à chegada de uma nova leva de estreantes desejosos de conquistarem o seu espaço na modalidade rainha do automobilismo. No entanto, se chegar à Fórmula 1 já é complicado o suficiente, a continuidade para uma segunda época consecutiva tende a ser o grande obstáculo que esses pilotos enfrentam.
Para este ano, verificam-se as entradas de Pastor Maldonado para a Williams, Sérgio Pérez para a Sauber, Paul di Resta (Force India) e Jerôme d'Ambrosio (Marussia Virgin).
O venezuelano entra na Fórmula 1 após uma temporada de grande nível na GP2 Series, na qual foi campeão sem grandes dificuldades, embora tenha contado igualmente com o apoio financeiro dos apoios estatais venezuelanos (sobretudo a petrolífera PDVSA) para conquistar o seu lugar na Williams, da qual Nico Hulkenberg se viu afastado após uma temporada em que o seu grande, e único feito, foi a conquista da sua primeira pole-position, no GP do Brasil.
O mesmo caminho foi efetuado por Jerôme d'Ambrosio (DAMS). O piloto belga teve uma temporada algo irregular na GP2 mas conseguiu chegar a acordo com a Marussia Virgin Racing para competir em 2011. Entra, precisamente, para o lugar de um outro ex-'rookie', Lucas di Grassi, afastado no final da (difícil) primeira temporada com a Virgin.
Também da GP2 surge Sérgio Pérez, com o mexicano a conseguir assim um prémio para a sua segunda posição geral no campeonato. Ao contrário dos dois pilotos anteriores, que tomaram a vaga de novatos, Pérez chegou à Sauber como substituto do experiente Nick Heidfeld, que por sua vez já havia retirado o lugar a Pedro de la Rosa.
Com uma trajetória de sucesso, Paul di Resta chegou finalmente à Fórmula 1, após diversos testes com monolugares ao longo dos dois últimos anos. O escocês conquistou o cetro do DTM em 2010 e tomou o lugar de Vitantonio Liuzzi na Force India. A expectativa em torno da sua estreia sai amplificada pelo facto de ter batido um certo Sebastian Vettel na F3 Europeia em 2006.
Há ir e voltar e quem já não o faça
A tarefa destes pilotos não é fácil, pois na F1 atual o talento nem sempre é o único fator e o exemplo de Hulkenberg em 2011 é claro. Com os lugares do segundo pelotão frequentemente determinados por questões financeiras, chegar à segunda época consecutiva pode ser como encontrar um oásis no deserto. E, nestes, há que distinguir entre aqueles que partiram mas conseguiram voltar para dar seguimento à sua carreira e os que vão...mas já não voltam.
Analisando a última década, há alguns exemplos curiosos: em 2001 estreava-se na Minardi um jovem desconhecido espanhol de nome Fernando Alonso. Em 2002, acabou por não conseguir lugar para continuar, ainda que desde logo Flavio Briatore tenha reconhecido talento em bruto e decidido contratar o asturiano como piloto de testes da Benetton-Renault para a temporada de 2002. Voltaria a um lugar de competição em 2003, então no lugar de Jenson Button e a partir daí nunca mais largou a F1, e foi ele que acabou com a série vencedora de Michael Schumacher, em 2005.
Em 2002, estreava-se o brasileiro Felipe Massa. Uma temporada menos positiva e o paulista veria a sua carreira interrompida por algum tempo, mesmo se conseguiria um lugar de piloto de testes com a Ferrari e posteriormente um lugar para competir nos Grandes Prémios. Mas outros pilotos tiveram de interromper a sua passagem pela F1 para regressar mais tarde: Takuma Sato (2001), Timo Glock (2004), Anthony Davidson (2002) ou Narain Karthikeyan (2005).
Muitos outros chegaram mas nunca se impuseram. Tomas Enge (2001), Ralph Firman (2003), Justin Wilson (2003), Robert Doornbos (2005), Yuji Ide (2006) ou Gianmaria Bruni (2004) são disso exemplo, tendo continuado a sua carreira noutras categorias. Há, ainda, um caso curioso, referente a Markus Winkelhock. Em 2007, e após uma época como piloto de testes, o alemão teve a oportunidade de disputar o Grande Prémio da Europa, disputado em Nürburgring, depois da Spyker ter despedido Christian Albers. Uma corrida caótica, com chuva intensa, levou o jovem piloto alemão à liderança da sua primeira corrida na F1 - e que também viria a ser a última.
Graças à chuva e à decisão arriscada da sua equipe de montar pneus intermédios na pré-grelha, Winkelhock chegava ao comando com facilidade, mantendo essa posição por seis voltas. A prova viria a ser interrompida e no reinício, já com a pista mais seca, depressa viria a ser 'engolido' pelos outros carros mais competitivos. Apesar dessa boa prestação, razões financeiras levaram a Spyker a escolher Sakon Yamamoto para o resto da temporada.
Como já se percebeu, a tarefa dos pilotos estreantes na Fórmula 1 nem sempre é fácil e o talento nem sempre desempenha o papel principal na altura de rever os contratos para a temporada seguinte: há, essencialmente, que contar com o fator monetário. Agora que pôde ler e recordar alguns desses exemplos, dê-nos a sua opinião acerca do(s) estreante(s) que poderão surpreender em 2011.
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